Os dias se passaram e eu recebi alta do hospital, decidi não
voltar para casa ainda, já que meus pais não estariam lá. A fazenda era um
lugar onde eu me sentia acolhida e querida então resolvi ficar lá por uns
tempos.
E como sempre fui bem recebida na fazenda por todos, eu
ainda me sentia meio fraca e faminta a comida do hospital não chegava aos pés
da comida da fazenda.
Não perdi tempo e fui logo enche a pança na cozinha, como eu
sentia falta das delicias da Dona Marta as frutas frescas também eram de outro nível.
Depois de encher o bucho fui para o meu quarto descansar um
pouco e acabei abraçada com minhas perdas, como eu sentia a falta dos meus pais
dentro de mim existia um vazio o qual eu sentia que nunca iria ser preenchido.
Foi quando um grito de susto me fez sair dos devaneios de tristeza, era a voz
do Enrico eu imaginei que ele deveria ter se olhado no espelho a aparência dele
estava péssima.
Erick estava desesperado por que a vaca estava tendo um
parto complicado e precisava da ajuda do Enrico ele entrou no quarto de supetão
e o Enrico acabou se assustando, como eu não ouvi a voz do Erick resolvi ir dar
um fim naquela aparência deprimente do Enrico.
Ao entrar no quarto percebi que ele não estava lá e notei um
saco enorme cheio de cartas, senti um aperto no peito eu tinha a sensação de
conhecer aqueles envelopes não resisti e fui ver do que se tratava.
Eu não acreditava no que estava vendo, eram todas as cartas
que eu tinha escrito para o Marck Logan enquanto eu estive no internato, o
Enrico sempre me visitava e eu mandava cartas semanais pra ele e junto com a
dele eu mandava umas dez pro Marck, naquele momento tudo fazia sentindo então
se o Enrico não entregou minhas cartas o Marck não teve noticias minhas por
todos esses anos, eu queria matar o Enrico naquele momento.
Que ódio que senti, rasquei algumas cartas e chutei o saco esparramando
tudo pelo chão do quarto, me senti arrasada eu só tinha o Enrico naquele
momento e descobri que ele foi capaz de fazer o que fez me deixou sem chão eu
queria sumir dali o mais depressa possível fui até o meu quarto e peguei apenas
a carteira com meus documentos, cartões, algumas fotos e meu passaporte afinal
na fazenda eu só tinha as roupas de gravida então decidi deixar tudo.
Encontrei a Dona Marta que tentou me acalmar ela não
conseguia entender nada do que estava acontecendo, mas eu não queria explicar
então sai correndo gritando feito uma doida o quanto eu odiava o Enrico.
A estrada não ficava muito longe eu precisava apenas correr
no meio do mato por alguns minutos, eu não sabia para onde ir eu estava sozinha
não tinha mais ninguém com quem contar nessas horas eu não podia voltar para
casa lá seria o primeiro lugar aonde o Enrico iria me procurar. Em meio à dor e
as lágrimas eu corri o mais depressa que consegui cheguei à estrada peguei um
táxi e fui direto para o aeroporto.
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